19 ago, 2024
Encontro técnico reuniu cotonicultores para
debater futuro e inovações do algodão
Pesquisadores da Fundação MT apresentaram
resultados que auxiliam produtores nas tomadas de decisões
Crop
AgroComunicação | Fundação MT
Profissionais
que atuam no setor da cotonicultura no cerrado brasileiro se reuniram no XVI Encontro Técnico do Algodão, em Cuiabá-MT, para debater os desafios da safra
2023/24 e aprimorar o planejamento da próxima produção. Realizado pela Fundação
de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), entre os dias 31
de julho, 1 e 2 de agosto, o encontro foi conduzido por especialistas
convidados e pesquisadores da instituição.
O
objetivo foi disseminar dados de pesquisa, apresentar o posicionamento da
Fundação MT e promover diálogos sobre os gargalos da cotonicultura. De acordo
com o Head de Pesquisas, Bruno de Conti, o evento contou com a participação de
pessoas que atuam em cerca de 85% da área plantada de algodão no Brasil, o que
proporcionou um encontro técnico de nível de excelência com presença de
profissionais que estão na linha de frente do campo.
"Foi
uma oportunidade de aprendizado, em que os participantes trocaram experiências
de safras passadas para entender melhor os desafios para estas tomadas de
decisões. A Fundação MT tem o foco em pesquisas que trazem informações e
resultados para ajudar o agricultor lá na ponta a tomar a melhor decisão, em
cada cenário que enfrenta no campo", destacou.
Colhendo bons resultados
No
formato híbrido (presencial e online), participaram mais de 400 inscritos de 15
estados brasileiros e o Distrito Federal. Foram abordados diversos painéis de
informações que contemplam as principais temáticas e desafios da cultura do
algodão como pragas, nematóides, doenças, plantas daninhas, sistema de produção
e um painel sobre clima e fisiologia das plantas.
Depois
de 20 anos sem produzir algodão, o produtor de grãos em Diamantino e Santa Rita
do Trivelato, Emilio Antonio Ferrari Ramos decidiu retomar o cultivo na próxima
safra. Para ele, participar do encontro foi essencial para nortear os trabalhos
em campo.
“É
uma oportunidade única para nós produtores nos atualizarmos sobre as melhores
práticas e inovações do setor. Entender e saber mais sobre as pragas e doenças
foliares foi muito importante para as minhas próximas decisões no campo”,
afirmou.
Para
o consultor técnico de Campo Novo do Parecis, Valdiney José Oliveira, estar por
dentro das novidades de produtos e dos últimos resultados de pesquisas da
Fundação MT é primordial para o sucesso na lavoura.
"Eu
preciso estar sempre atualizado no setor que eu atuo. No encontro, além de
conhecer as novidades de biológicos, ainda aprendi com os pesquisadores da
Fundação MT o melhor momento em que se deve aplicar, a fazer o manejo correto”,
disse.
Números expressivos
Pela
primeira vez, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de algodão,
superando a tradição do mercado norte-americano. De acordo com a Associação
Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), na safra 2023/24 o país deve
colher cerca de 3,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma) e as
exportações já somam cerca de 2,6 milhões de toneladas.
Em
Mato Grosso, estado com maior produção de pluma, a projeção de agosto de 2024
indica um aumento na área plantada de algodão para a safra 2023/24 em Mato
Grosso.
Dados
do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam ainda, que
a nova estimativa é de 1,46 milhão de hectares, o que representa um incremento
de 1,62% em relação ao último relatório e um aumento de 21,71% em comparação à
safra passada.
Segundo
o Imea, esse crescimento nas áreas da cotonicultura é atribuído à maior
rentabilidade do algodão em comparação com o milho, incentivando os produtores
a investirem na cultura.