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Produtor enfrentou mais doenças na soja na safra 2022/23

24 mai, 2023

As doenças da cultura da soja ainda são um grande motivo de dor de cabeça para o produtor, por isso, a Fundação MT busca constantemente resultados e informações atuais que ajudem nestes momentos de decisões no campo. A instituição, nas figuras dos pesquisadores da área de Fitopatologia e Biológicos, Dra. Mônica Muller e do Dr. João Paulo Ascari, apresentou recentemente dados referentes aos trabalhos com doenças da soja na safra 2022/23.

Fazendo um retrospecto da safra 2021/22 e focando em doenças de parte aérea no estado de Mato Grosso, pode-se apurar que houve bom estabelecimento da cultura com a ajuda da distribuição das chuvas de modo regular. Além disso, presenciou-se a ocorrência moderada das doenças foliares como a Mancha alvo (Corynespora cassicola).

Contudo, já na safra 22/23, quando a semeadura foi mais rápida e o mês de novembro foi mais seco que o normal, a classe produtora e os profissionais do setor precisaram enfrentar maior ocorrência de doenças de forma geral, como a Ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) no Sul do Estado, Mancha alvo na região da BR 163 e Cercospora no município de Sapezal.

Conclui-se então, segundo os pesquisadores, que as lavouras sofreram mais com doenças nesta safra, quando comparado com anos anteriores. Dentre os fatores que influenciaram este cenário destaca-se o clima favorável ao patógeno da Mancha alvo, além da incidência do Crestamento foliar de cercospora e ainda a Ferrugem.

Falando de Crestamento Bacteriano – Pseudomonas spp., houve incidência em algumas cultivares de soja, afetando as plantas no terço médio/superior, com manchas encharcadas (anasarca) com halo clorótico.

Orientações e conclusões

A fim de levantar informações para auxiliar no controle dessas doenças, a equipe de pesquisadores da Fundação MT realizou ensaios com diferentes produtos comerciais e protocolos de manejo. Dessa forma, foi possível aferir que as primeiras aplicações têm sido determinantes no controle de manchas foliares. Além disso, o vazio sanitário, a calendarização de semeadura e utilização de cultivares precoces reduzem o risco de ocorrência de Ferrugem asiática.

As pesquisas também apontam que é importante personalizar o programa de controle em função da variedade e época de semeadura, além do histórico da região e sistema de produção. Assim se faz uma gestão de risco. Destaque para a utilização de carboxamidas no controle de doenças, porém, não mais do que duas aplicações.

Mancha alvo

Nos experimentos foi possível apurar que para o controle da Mancha alvo é preciso atenção com a cultura antecessora, por exemplo, o algodão e a crotalária geram maior porcentagem de inóculo da doença. Os pesquisadores recomendam cuidado na escolha genética da cultivar, atentando-se para aquelas com maior e menor sensibilidade, é o que determina qual o programa de aplicação de fungicidas será utilizado na fazenda.

Falando das questões físicas, considerar a presença de palhada para gerar menor dispersão de inóculo por respingo de chuva. Já as orientações químicas são para realizá-las em um intervalo de aplicação de 15 dias, com os Triazois (Protioconazole e Triazóis), as Carboxamidas (Fluxapiroxade, Bixafen, Impirfluxam e Benzovindiflupir), as Estrobilurinas (mutação qualitativa G143A) e ainda os Multissítios (Mancozebe, Clorotalonil, Fluazinam e Oxicloreto de Cobre).

Ferrugem Asiática

O produtor deve considerar que há maior risco de incidência da Ferrugem asiática para semeaduras a partir do final de outubro.  Recomenda-se para o tratamento químico Carboxamidas (Impirfluxam, Benzo, Fluxa e Bixafen), os Triazois (Tebuconazole, Protioconazole e Fenpropimorfe [morfolina]) Estrobilurinas (Picoxistrobina e Metominostrobina), Multissítios (Clorotalonil, Oxicloreto de Cobre e Mancozebe).

Cercospora

Para o controle de Cercospora a Fundação MT sinaliza a importância da presença de palhada na lavoura para que haja menor dispersão de inóculo por respingo de chuva. Já o tratamento químico deve ser realizado com Multissítios (Clorotalonil e Mancozebe), além dos sítio-específicos DMI + SDHI + QoI.

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