6 mai, 2022
Brasil expandirá soja em 1,5% e cortará uso de fertilizante em 22/23,
diz Agrinvest© Reuters.
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - Os
produtores de soja brasileiros aumentarão o plantio em 1,5% em todo o país na
próxima temporada (2022/23), disse a consultoria de agronegócios Agrinvest
Commodities à Reuters nesta quarta-feira, em uma das primeiras projeções divulgadas
sobre a nova safra.
O Brasil plantou 40,8 milhões de
hectares com soja no ciclo 2021/2022, uma expansão de 4,1%, segundo dados do
governo.
À medida que os preços dos
fertilizantes usados para elevar o rendimento das colheitas aumentaram,
alguns analistas temiam uma potencial redução da área de soja.
Uma queda na área plantada seria
a primeira desde a temporada 2006/07, quando a área do Brasil encolheu quase 7%
após uma queda acentuada na margem de lucro da soja, disse a Agrinvest.
A safra 2022/2023 da soja tem
início em setembro, quando os agricultores do Estado de Mato Grosso começam a
semear seus campos.
A estimativa da Agrinvest
corrobora as observações recentes de outro analista, que indicava expansão, mas
em ritmo mais lento devido ao aumento nos custos de fertilizantes.
Os preços dos nutrientes
agrícolas subiram como resultado de sanções ao grande fornecedor Belarus,
restrições às exportações chinesas de fertilizantes e sanções à Rússia, grande
fornecedora do Brasil.
Na semana passada, o grupo Fundação
MT, em parceria com a Agrinvest, realizou uma pesquisa com cerca de 100
produtores de grãos do Estado de Mato Grosso.
A pesquisa mostrou que 72% dos
agricultores pretendem aumentar a área plantada em setembro, com 40% dos
entrevistados dizendo que expandiriam os plantios acima de 5%, e 32% em até 5%,
segundo a Agrinvest.
Em relação ao uso de
fertilizantes, 64% disseram que reduziriam as aplicações em até 20%, enquanto
15% disseram que reduziriam o uso de adubos acima desse nível.
"Tem uma grande discussão se
o rendimento da soja será afetado pela redução do uso dos fertilizantes",
disse Jeferson Souza, analista da Agrinvest. "O Brasil é grande e tem
áreas muito heterogêneas, e a análise é caso a caso."
Na segunda-feira, o Instituto
Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) estimou que a área do Estado
cresceria 2,8%, para 11,2 milhões de hectares.
(Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751) REUTERS RS NF