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A importância da assertividade no manejo das doenças foliares da soja

6 abr, 2022

A safra de soja 2021/22 apresentou um cenário acentuadamente mais favorável à ocorrência de doenças foliares com relação à safra 20/21. De modo geral, nesta temporada foi observado maior volume de precipitação e maior frequência de chuvas. Essa condição de alta umidade do ar forma um microclima favorável no baixeiro das plantas, que favoreceu a incidência de algumas manchas foliares da soja, em especial a Mancha alvo (Corynespora cassicola) e a Cercosporiose (Cercospora spp.)

 

Em Mato Grosso, a Mancha alvo vem ganhando importância dentro do sistema de produção da soja. Áreas com o cultivo soja-algodão ou com alguma crotalária apresentam maior pressão por serem hospedeiras do patógeno, contribuindo com a multiplicação de inóculo. Em alguns casos, já se observa sintomas nos estádios vegetativos da oleaginosa.

 

A Cercosporiose (Cercospora spp.) também tem despertado atenção nas últimas safras do Estado. Geralmente, apresenta os primeiros sintomas no estádio de enchimento de grãos da soja; em alguns casos até antes. Nesta safra, foi verificada alta incidência e severidade da doença de forma abrangente nas áreas cultivadas.

 

Solos de baixa fertilidade

 

Quando se fala em nutrição de plantas, entende-se que cada elemento tem um papel importante no metabolismo das mesmas. Nesse sentido, plantas crescendo em ambientes desequilibrados nutricionalmente podem estar mais predispostas à infecção por agentes patogênicos. Por exemplo, existem elementos indispensáveis para a síntese de proteínas e/ou substâncias dos sistemas de defesa, ativação de enzimas, rigidez da parede celular das plantas, dentre outros, responsáveis por impedir ou dificultar a infecção por agentes patogênicos. Portanto, em solos com baixa fertilidade, recomenda-se realizar a correção da acidez e a adubação equilibrada.

 

 

Manejo         

 

O manejo das doenças foliares da soja está relacionado ao cultivo e condições edafoclimáticas da região. Algumas ferramentas mais eficazes devem ser consideradas para maior assertividade, são elas: respeitar a janela de semeadura; escolher cultivares menos sensíveis à doença; realizar adubação equilibrada do solo; fazer aplicações de fungicidas de sítios-específico e multissítios; atentar ao timing de cada aplicação e posicionamento de fungicidas.

 

Como estratégia anti-resistência do patógeno, é importante também a rotação na aplicação de fungicidas com diferentes modos de ação. E, por fim, realizar rotação de culturas, preferencialmente com espécies de plantas não hospedeiras, como as gramíneas.

 

O produtor que está inserido no sistema de cultivo soja-algodão, por exemplo, deve dar uma atenção maior à Mancha alvo, pois ambas culturas são hospedeiras e podem multiplicar o inóculo do fungo Corynespora cassicola. Nesse caso, é importante trabalhar o sistema como um todo, seguindo as ferramentas de manejo citadas.

 

Controle químico

 

Fungicidas dos grupos químicos triazóis, estrubilurinas, carboxamidas, morfolinas, ditiocarbamatos e isoftalonitrila, geralmente são posicionados dentro do programa de manejo. No entanto, alguns ingredientes apresentam destaque no controle da Mancha alvo e da Cercosporiose.

 

Para a Mancha alvo, fungicidas de sítio-específico contendo o ingrediente protioconazol e fungicidas multissítios à base de mancozeb, têm apresentado melhor eficácia no controle do patógeno. No manejo da Cercosporiose, tem-se observado melhor eficácia de controle com aplicação de fungicidas sítio-específico e adição de multissítios, em especial o clorotalonil.

 

O programa de aplicação vai ser construído considerando aspectos particulares de cada propriedade. É importante conhecer o histórico de ocorrência das doenças na área, para então elaborar um programa de manejo robusto e assertivo. Consulte sempre um engenheiro agrônomo e utilize fungicidas registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

 

 

 

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